Os riscos da automedicação
O uso de remédios sem indicação médica pode mascarar sintomas e trazer sérias consequências para a saúde
Esta cena é muito comum: você sente aquela dorzinha de cabeça no final do dia e logo ingere um analgésico. Na semana seguinte, aparece uma queimação no estômago, e você corre até a gaveta de remédios para tomar um antiácido. E, geralmente, faz tudo isso sem a orientação de um médico. Cuidado! A automedicação pode mascarar sintomas e agravar doenças.
“Por influência da cultura indígena, os brasileiros têm o costume de usar ervas e medicamentos fitoterápicos para tratar a dor e o mal-estar. O problema é que muitos acreditam que todos os remédios podem ser consumidos da mesma maneira, sem uma orientação profissional”, comenta o gastroenterologista Stephan Geocze, membro da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Para a psicóloga Marisa de Abreu, a falta de tolerância diante da dor motiva as pessoas a correrem para a farmácia mais próxima ao sinal do primeiro incômodo. “Temos o instinto de fugir do desconforto desde que nascemos. O bebê, por exemplo, chora de fome, frio e dor. E é preciso que seja assim, para que ele possa ser atendido. Porém, a partir da vida adulta, muitas dores deveriam ser suportadas e interpretadas como um sinal de alerta de que algo não vai bem e que, portanto, um médico deve ser consultado. Mas como as pessoas estão cada vez mais ansiosas e estressadas, elas acabam recorrendo aos comprimidos e xaropes como um alívio imediato para seu problema”, explica.
Já para o clínico geral Paulo Olzon Monteiro da Silva, também da Unifesp, a enorme quantidade de farmácias e a facilidade na compra de remédios favorecem a prática. “Esse é um hábito gravíssimo e, infelizmente, muito comum”, alerta. Paulo salienta que alguns medicamentos, como os laxantes, são consumidos de forma corriqueira por grande parte da população: “Eles podem causar dependência, entre outros danos ainda mais graves ao organismo”.
E, além do vício, a automedicação pode levar a erros de diagnósticos e à escolha de uma terapia inadequada, retardando a descoberta de uma doença ou até mesmo agravando-a. “É justamente para evitar erros que o médico faz o exame clínico e solicita a realização de exames complementares. Então, com os resultados em mãos, ele faz o diagnóstico e prescreve o tratamento adequado”, comenta Paulo.
E quem costuma tomar certo tipo remédio por conta própria, porque ele já havia sido prescrito por seu médico anteriormente, também está cometendo um erro. Afinal, se houve a reincidência dos sintomas, provavelmente o tratamento já não é mais eficaz! “Há, ainda, o risco de interações medicamentosas, que podem causar graves consequências para a saúde.
É preciso alertar que apenas o profissional tem competência para avaliar que tipos de medicamentos podem ser tomados em conjunto”, ensina o especialista.
Mas como saber se a dor de cabeça é motivo para agendar uma consulta? Segundo Stephan Geocze, é importante usar o bom senso. “Febre e dor moderada só devem ser toleradas por um curto período. Depois de 24 horas, procure um médico. Porém, no caso de dor intensa, a busca por auxílio deve ser imediata”, conclui.
Fonte: Portal Vital
Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.
(Cecília Meireles)
1 Comentários:
Muito boa postagem. E sabe... aqui no Brasil nós pelo menos temos uma conscientização. Lá nos Estados Unidos eles tomam analgésicos adoidados, já compram potes desse tipo de medicamento. Uma professora minha até confirmou isso. Muitos filmes, ainda que sejam apenas filmes, retratam isso. Loucura!
>> www.cor-e-make.blogspot.com <<
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