Preocupação com a saúde tem limite
Quem conhece de cor muitos nomes e efeitos de remédios,
sabe os sintomas de várias doenças, tem um arsenal de medicamentos em casa e
sempre acha que está sofrendo de algum mal grave pode sofrer de hipocondria, a
preocupação exagerada com a saúde.
“Este distúrbio
está intimamente ligado ao medo da morte. Por isso, a pessoa vai muitas vezes
ao médico, quer fazer exames sem necessidade e não aceita quando o doutor diz
que não está doente, entre outras coisas”, diz Paulo Olzon, clínico geral da
Unifesp.
Segundo Ana Merzel
Kernkraut, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Israelita Albert
Einstein, há também uma relação com a ansiedade. “O foco primário é a ideia de
estar doente e as atividades cotidianas ficam em segundo plano, prejudicando a vida
pessoal, social e profissional”, explica.
Além disso, existe
o risco de automedicação, uma vez que o hipocondríaco tem o costume de
interpretar erroneamente o funcionamento do organismo, achando que está com
sintomas.
Algumas pessoas
tomam pílulas por conta própria, enquanto outras deixam de tomá-las por
acreditar que seu quadro vai piorar e não acreditar na avaliação dos
especialistas. "Eles desconfiam do médico e preferem se informar pela
internet", afirma Paulo.
Ao contrário de
outros males, a hipocondria ainda não tem origem reconhecida. As principais
teorias são de que seria uma válvula de escape para problemas pessoais, uma
consequência da menor tolerância ao desconforto físico ou fruto de sentimentos
reprimidos, como raiva, culpa e baixa autoestima.
O círculo familiar
também influencia. Lares em que há obsessão por dietas e treinamentos e mães
superprotetoras são exemplos. “A mãe que volta a sua atenção exageradamente
para a saúde leva a criança a pensar que conseguirá mais atenção ficando
doente”, explica Ana.
Tratamento
Como não existe uma causa única, tampouco há uma
medicação específica à venda nas farmácias. “O caminho passa pela psicoterapia,
porém o paciente pode desenvolver depressão ou ansiedade e precisar de
tratamento clinico com antidepressivos”, diz a psiquiatra Dinah Akerman.
Paulo Ozon diz
que, nesses casos, o mais importante é a relação do médico com o paciente. “O
profissional precisa passar confiança, pois conhece o histórico clínico. Além
disso, precisa saber ouvir e tentar entender aspectos pessoais. Por isso, o
tratamento leva tempo”, conclui.
Faça um teste
Se você está curiosa para saber se tem hipocondria, o
Grupo Plena Saúde, criado pelo clínico geral e gastroenterologista José Luiz
Ranieri, elaborou um teste. Mas não se esqueça: somente um médico pode fazer
uma avaliação correta.
1. Quando você
sente alguma dor, você:
a. Ignora. Logo
vai passar. (x)
b. Se a dor piorar, marca uma consulta médica.
c. Toma aquele remédio de sempre ou já liga pro médico
para marcar uma consulta urgente.
2. Você faz
check-ups com que frequência?
a. Nunca.
b. Uma vez ao ano. (x)
c. Mais de uma vez ao ano.
3. Se desconfia
que está doente, mas o médico garante que sua saúde está intacta, você:
a. Acredita nele,
volta pra casa e nem encana muito com que ele receitou. (x)
b. Vai em outro médico a fim de tirar a dúvida.
c. Procura uma segunda, terceira e até quarta opinião só
para ter certeza e toma o remédio que já conhece.
4. Com que
frequência você procura sintomas na internet?
a. Nunca.
b. Somente quando tenho curiosidade. (x)
c. Constantemente.
5. Quando tem
conhecimento de que algum familiar próximo está com uma doença grave, você:
a. Sente muito e
dá todo o apoio que ele precisa. (x)
b. Procura saber se a doença pode ser hereditária.
c. Entra em pânico, corre para o hospital e marca vários
check ups.
6. Se o colega de
trabalho solta aquele espirro, como você reage?
a. Deseja “saúde”
e continua trabalhando normalmente. (x)
b. Finge que nada aconteceu, mas fica esperto ao menor
sinal de resfriado.
c. Prende a respiração, sai do lado da pessoa no mesmo
momento antes que você se contagie e ainda toma uma vitamina C só para
garantir.
7. Quando você sente uma dor de cabeça, você
pensa logo que:
a. Ficou muito
tempo em frente ao computador e precisa dormir.
b. Está cansado mas fica prestando se a dor piora ou
melhora. (x)
c. Pode ser um aneurisma ou um tumor cerebral, então toma
um remédio para amenizar a dor e corre para o hospital.
8. Quando você vai viajar, você:
a. Nem leva
remédios de emergência. Não vai precisar.
b. Leva uma bolsinha pequena com alguns antitérmicos e
analgésicos leves. (x)
c. Leva uma mala com antitérmicos, antialérgicos,
anti-inflamatórios, analgésicos, anti-histamínicos...
9. Quantas vezes
você passa na farmácia por mês?
a. Nenhuma ou uma
vez, no máximo. (x)
b. Duas ou três vezes
c. Mais de cinco vezes, com certeza
10. Você costuma
procurar nódulos ou pequenas alterações no seu corpo?
a. Não, nunca.
b. Sim, mas nunca com frequência. (x)
c. Sempre.
Resultado
Mais respostas “a”
Você não cuida
muito da saúde, o que é um problema. O ideal é fazer um acompanhamento médico e
seguir as orientações para estar sempre prevenido.
Mais respostas “b”
Você se cuida,
procura um médico quando sente necessidade, mas não exagera com relação às
doenças e remédios.
Mais respostas “c”
Você tem tendência
a ser hipocondríaca. Seu medo excessivo de contrair doenças pode se tornar um
transtorno psicológico e você pode estar tomando remédio demais. Procure um
especialista e não faça a automedicação.
Empatei "a" e "b"!
Fonte: PORTAL VITAL
Imagens: Google
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