04/06/2010

Vivendo um caos! - 04/06/2010






Hoje acordei sem água e nem sei quando o abastecimento voltará ao normal! Um caos!

CAOS NA VÉSPERA DO FERIADÃO
JF para com rompimento de adutora

(GUILHERME ARÊAS E RENATA BRUM - Repórteres)


Juiz de Fora viveu uma véspera de feriado caótica devido ao rompimento de uma adutora na Avenida Rio Branco, na altura da Rua Marechal Setembrino de Carvalho, no Bairro Mariano Procópio. O acidente aconteceu por volta das 13h e causou o alagamento e a interdição das três pistas da Rio Branco, no trecho entre a Avenida Brasil e a Rua Barão de Cataguases. Uma cratera de aproximadamente seis metros de diâmetro se abriu em plena via no sentido Manoel Honório/Centro, e a água jorrou a quase dois metros de altura. A força da enxurrada arrancou o asfalto, carregando pedras e muita lama por vários metros. De acordo com moradores e comerciantes locais, cerca de 20 minutos foram suficientes para que a água invadisse casas e lojas, além do Mergulhão, que ficou intransitável durante toda a tarde e a noite, até o fechamento desta edição, às 21h30. Dados extraoficiais apontam que mais de 30 milhões de litros de água vazaram para as ruas. O acidente forçou o desabastecimento de água nas regiões Central, Sul, Sudeste, Leste, Cidade Alta e Nordeste. Apenas a Zona Norte não foi afetada.

Minutos após o rompimento, o caos se instalou no trânsito da cidade. Quilômetros de congestionamento foram registrados na Avenida Brasil, principalmente no sentido Zona Norte/Centro. A Avenida Independência e o trecho transitável da Rio Branco também tiveram o tráfego lento, o que desencadeou um efeito cascata em várias outras vias, como as avenidas Sete, Andradas, Getúlio Vargas e Francisco Bernardino, além de ruas adjacentes. O anel viário da UFJF, usado como alternativa ao tráfego, também ficou congestionado até a noite. Muitos usuários do transporte público desistiram de seguir nos ônibus e tiveram que completar o percurso a pé. Já alguns coletivos tiveram a rota alterada. Os passageiros que resistiram nos pontos de ônibus encontraram veículos lotados e agarrados no trânsito. No final da tarde, crianças tiveram que ficar dentro das escolas até que os pais tivessem condições de chegar para buscá-las.

Agentes de trânsito foram deslocados para orientar o tráfego. “Fiquei quase duas horas para percorrer o trecho da Independência até o Mergulhão. Quando cheguei lá, a diretora da escola em que dou aula ligou avisando que não precisava mais ir, pois a escola estava sem água, e as aulas foram canceladas”, conta um professor. Por volta das 18h, os ônibus voltaram a trafegar pela pista central da Rio Branco, mesmo com o Mergulhão inundado. A liberação para os carros, no entanto, não estava prevista até o fechamento desta edição.

Sem antecipar números, a Sinart, empresa que administra o Terminal Rodoviário Miguel Mansur, informou que houve atraso de passageiros para embarques, por conta do incidente. Em algumas linhas, as partidas chegaram a ser retardadas por alguns minutos.

Reparos continuam hoje
Logo depois do acidente, a Cesama teve que fechar a rede de água para interromper o vazamento, o que deixou quase toda a cidade sem água. Ao longo do dia, outras manobras foram feitas para que alguns bairros tivessem o abastecimento normalizado. No entanto, ainda não há previsão para que as regiões atingidas voltem a receber água. Os trabalhos de reparo na rede devem durar até a manhã ou tarde de hoje. A Cesama pede que os moradores economizem no consumo.

Durante os trabalhos de contenção do vazamento, duas bombas foram usadas para retirar a água acumulada na cratera. Até a noite de ontem, técnicos da Cesama ainda não haviam conseguido chegar ao local do rompimento, o que impediu indicar com precisão as causas do acidente. De acordo com o gerente de manutenção da Cesama, Márcio Augusto Pessoa Azevedo, o problema pode ter acontecido pelo rompimento da própria adutora, feita de aço fundido ou de uma das conexões, que liga a adutora às subadutoras, estruturas menores que levam a água para o restante da rede. “Depois de tratada, a água é levada para o reservatório central, o Henrique Novaes, no Bairro Centenário. De lá, as adutoras distribuem a água para o restante da rede”, explica. Segundo a Cesama, a adutora registra vazão de até 500 litros de água por segundo.

Água subiu rápido e alagou lojas
Segundo os comerciantes, em poucos minutos, toda área foi tomada pela água, e o quadro em ruas laterais, como Ewbank da Câmara e Antônio Lagrota, parecia o de uma verdadeira enchente. “Tinha muito carro estacionado perto. Por sorte, nenhum foi atingido”, diz o frentista de um posto em frente ao local do rompimento. O vendedor de uma loja de motopeças que foi invadida pelas águas afirma que ouviu um estrondo causado pelo rompimento. Outro trabalhador de uma oficina mecânica próxima conta que o chão chegou a tremer no momento do acidente. Proprietário de uma revenda de gases e soldas, Almir Felizberto de Oliveira contou que tudo aconteceu de repente: “Foi uma coisa repentina, impressionante. A loja alagou por completo e perdi algumas embalagens de 50kg de carbureto, um material que não pode ter contato com a água.”

“A água veio subindo até ilhar os colaboradores e os pacientes dentro da loja. No ponto mais alto do laboratório, a marca da água alcançou mais de dez centímetros. Todos ficaram com os pés para cima esperando a água baixar. Além do prejuízo com material de papelaria, toda a rede elétrica baixa, como computadores e outros equipamentos foi afetada”, disse o diretor comercial do Laboratório Lemos, Aníbal Lemos. Já o quintal da casa da juíza de paz Ilka Sanábio foi tomado. “A última vez que a água invadiu minha casa foi em 1942, quando Juiz de Fora registrou a maior enchente de sua história.” Com um balde na mão, a idosa teve que retirar toda a água do quintal. Em um restaurante na Rio Branco, funcionários e clientes precisaram subir nas mesas e cadeiras para esperar a água abaixar.

O autônomo Eduardo Fagundes de Oliveira fornece carnes para mercados de Juiz de Fora, mas ontem teve que amargar um prejuízo. “Meu funcionário estava preso no trânsito e precisava ainda entregar uma carga. Achei mais prudente ele retornar e perdemos R$ 587 com essa situação.”
Fonte: Jornal Tribuna de Minas - Juiz de Fora - 3 de junho de 2010, quinta-feira







0 Comentários:

 

Margareth Mazetti Copyright © 2012 Design by Ipietoon Blogger Template